agosto 08, 2004

GRAVAÇÕES. «Tudo se dilui para que as verdades se confundam com as mentiras», relembra o bem informado A Grande Loja. Mas foi assim desde o princípio do processo -- e teria de ser assim, considerado o que estava em jogo no processo da Casa Pia. À medida que se multiplicavam as detenções, os interrogatórios, as notícias, o próprio processo transformou-se num Benfica-Sporting, cheio de profissões de fé e de questões de convicção. Também teria de ser. Caso as gravações sejam publicadas -- o que, nesta altura, é de somenos importância para o nível de abjecção que já se conhece ao processo --, os jornais ou as televisões que o fizerem terão de indicar com clareza o modo como as obtiveram e como assumem a sua colaboração no crime. Caso se confirme que as gravações que circulam em Lisboa são uma «selecção apertada dos “momentos mais quentes” das conversas entre o jornalista do Correio da Manhã e vários dos seus interlocutores», também estamos perante outro indício importante. O Jornal de Notícias de hoje dá conta da opinião de Germano Marques da Silva, que pensa que «a divulgação dos conteúdos é serviço público, como uma forma de defesa da democracia», com o argumento de que «se as fontes devem ser protegidas, a manipulação também deve ser evitada; precisamos de saber o que aconteceu neste caso». Simplesmente, a divulgação dos «momentos mais quentes» e não da totalidade das gravações obtidas por Octávio Lopes, constituirá uma forma de manipulação. Tudo isto já estava escrito.

1 Comments:

At 6:05 da tarde, Anonymous Anónimo said...

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