julho 21, 2003

KID ABELHA. Passei o fim de tarde de domingo a ouvir Kid Abelha. Ouvi-os pela primeira vez em 1985, no Rio — quando ainda se chamavam Kid Abelha & os Abóboras Selvagens. Foram sempre frágeis e passageiros, cantavam desilusões de amor, encontros furtivos, bilhetes no meio dos livros, telefonemas cheios de lágrimas. A voz de Paula Toller sempre me tocou — sim, eu sei, não vale a pena falar da «grande música brasileira»; estou a falar de Kid Abelha. E os arranjos de George Israel, o faz-tudo da banda, de sax-tenor a guitarra e piano. Aquelas canções chamam-se «Fixação», «Os Outros», «Lágrimas e Chuva», «Pingos de Amor», «Educação Sentimental», por aí fora. O disco Acústico, da MTV brasileira, foi uma prenda que me deixou mudo. Acho que uma parte de mim mudou toda. Toda.