junho 16, 2003

FUTEBOL, O FIM: Eu sou portista. Mas já me cansa isto do futebol na televisão, os directos, as fanfarronadas, o excesso, a pátria em cuecas e em botas, os discursos dos presidentes, os heróis de Sevilha, a RTP em Sevilha, a RTP no Jamor, a TVI a receber os vips no Jamor. Depois do espectáculo indecoroso dos dois dias de transmissão televisiva da vitória na Taça UEFA, ninguém decente suportaria mais o mundo do futebol, os alarves na rua, as buzinadelas nas praças, a gritaria, os convidados em estúdio, a correria atrás dos heróis.
E, no fundo, gosto de ver jogar Deco, gosto de ver Costinha a dirigir o jogo, gosto de Derlei, e de Maniche (nunca pensei dizer isto), gosto de ver Jorge Costa (o «Bruce Willis de Ermesinde», não é, Inês?), de ver o Capucho. Mas o espectáculo da televisão deixou de ser festivo para ser puramente do domínio alarve, esgotante. Esgotante é a palavra certa, aliás — tudo se esgota naquela gritaria, naquela desmesura, naquele dicionário curto e pobre. A pobreza de espírito tem a ver com isto.

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