julho 02, 2003

MÉDIO ORIENTE. Irritam-me os assuntos do Médio Oriente tratados na televisão com a ignorância de abéculas que não sabem dois capítulos de história seguidos... A frase é má mas serve para dizer o seguinte: em geral, o jornalismo sobre o conflito israelo-árabe é parcial, cheio de erros gramaticais e históricos, cheio de equívocos e de pontos de vista aprendidos à pressa. Muitas vezes, os textos são escritos por jornalistas que, em matéria de informação internacional, não sabem onde fica Badajoz.
Outra das matérias chocantes diz respeito à forma como na televisão pública, sobretudo (ou na TVI — na SIC há mais cuidado) são feitos os rodapés que, além de mostrarem indigência gramatical e ortográfica, dizem sempre o mesmo e sempre afinados pela mesma pauta: quando há um atentado em Israel, o redactor informa-nos que «morreram 7 israelitas» — os terroristas não têm nome. Ou são «alegados autores», mesmo depois de terem reivindicado o atentado. Só os mortos não têm nada a alegar. Quando há ataque em Gaza, a frase muda: «Exército israelita matou 7 palestinianos.» Quando um terrorista se fez explodir na pizaria Sbarro, em Agosto de há dois anos, matando 22 pessoas e ferindo cerca de uma centena, um jornal português escreveu na sua edição online: «Teme-se reacção de Israel.» O atentado que varreu a Jaffa Road não existiu, evidentemente.
Vale a pena ler, por isso, este post do Comprometido Espectador acerca de mais uma ilustrativa intervenção sobre a matéria.