julho 09, 2003

SOCIO[B]LOGUE O Socio[B]logue tem reflectido bastante sobre a «natureza dos blogs» e, mais do que isso, sobre os próprios blogs como instrumento e meio «de comunicação». É uma reflexão séria e que muitas vezes coloca questões fundamentais sobre isto de escrever um blog. Às vezes pergunto-me se algumas das análises do Socio[B]logue não poderão aplicar-se ao próprio Socio[B]logue poderão servir para analisar o próprio Socio[B]logue — ou seja, se o tom científico, universitário muitas vezes (e eu acho isso bom) do seu blog, o impedirão de reflectir sobre os motivos pelos quais também faz um blog. Idêntica pergunta se poderia fazer ao A Carta Roubada.
Imaginemos, por exemplo, este extracto de um texto do Socio[B]logue: «As pessoas gostam de falar de si e possuem discursos muito elaborados sobre si mesmas: o que são, o que gostam, as suas experiências de vida, os momentos marcantes, etc... O problema é que há um hiato, uma dissociação, entre os discursos que se elaboram e os meios para os exprimir ou comunicar. Nem todos têm acesso aos meios de comunicação. Nem todos possuem formas de explicitar os discursos elaborados. Parece-me, porventura erroneamente, que o sucesso dos blogues também estará relacionado com esse aspecto: as pessoas possuem, por meio de um blogue, a oportunidade de revelar os seus discursos sobre si mesmas... ou, pelo menos, sobre algo relacionado consigo mesmas.»
Ao «fazer sociologia em directo», o Socio[B]logue corre alguns riscos académicos, evidentemente — o que torna a sua coragem invejável e até louvável.