agosto 04, 2003

FOGO. Já está quase tudo dito sobre os incêndios. Não vale a pena acrescentar indignações ou repetir evidências. Mas isto não pode continuar. A uns escassos quilómetros de casa, respira-se mal, a cinza voa de vez em quanto, as árvores desapareceram. Há, por isso, quatro questões a tratar: 1) há questões graves de natureza criminal e convinha que a PJ apresentasse resultados, confirmasse suspeitas ou as desmentisse — não é possível prolongar esta indignação contra criminosos sem nome nem rosto, mas de que toda a gente fala; ainda por cima, quando a PJ tem uma secção (naturalmente menor em recursos) dedicada a incêndios florestais; 2) o Estado tem de providenciar apoio a quem foi realmente atingido pela vaga de incêndios; mas também tem de encarar a floresta como um património sério e importante; 3) ouvi esta manhã a ideia: propor aos benefiários do RMG em áreas rurais um programa de limpeza e cuidado das florestas: 4) a incúria, o desleixo e a incompetência pagaram-se caro, mais uma vez — ao reduzir os meios, ao cortar muitas vezes radicalmente nos meios de vigilância e de tratamento das florestas, o Estado teve um comportamento negligente.