agosto 08, 2003

NÃO ESQUEÇAS. O J.B., a propósito dos últimos posts sobre o revisionismo e o editorial do Público, escreve num mail que «a ideia sobre Israel que a esquerda cultiva é o exemplo vivo do ódio e do racismo de que este povo foi vítima ao longo dos séculos e ainda continua a ser (basta ir a Paris por estes dias ou ler a imprensa local). O que a esquerda não gosta de admitir é que o estado de Israel existe porque foram assassinados 6 milhões de judeus (há 50 anos atrás) pelo regime nazi com a conivência de grande parte da população alemã, e não só, que vivia na Europa Central. O que deveria ser lembrado aos revisionistas da esquerda e aos da extrema direita é que, se proferissem algumas das barbaridades a que nos habituaram, e vivessem hoje na Alemanha seriam alvo de acusação pelo Ministério Público pelo crime de revisionismo e anti-semitismo. O que a esquerda não gosta de ouvir é que as suas pretensões ao não direito à existência do estado de Israel os coloca ideologicamente e moralmente ao lado dos estados fascistas-islâmicos que defendem o terrorismo contra civis até às últimas consequências. O que eles não percebem é que um povo que educa os seus filhos no ódio, na violência e no fanatismo não tem futuro.

O revisionismo de esquerda é muito igual ao de direita — citam-se mutuamente e incluem nos seus argumentários as mesmas perguntas. Pessoalmente, desde que conheci — no Brasil e em Portugal — sobreviventes do nazismo e dos campos de concentração (e as suas histórias) deixei de discutir o assunto com base nesse «argumentário». Seria discutir com o abjecto. Mas é necessário vigiá-lo.