outubro 19, 2003

AH, LAMPIÕES. Meu caro J.C.B., nem sei que te diga quando escreves que «nem sabes a raiva que me faz saber que o FCP é melhor que nós. Ter que reconhecê-lo...» Pensei nisso naqueles instantes — o golo de Derlei, o golo de Deco, o golo de César Peixoto, o golo de Marco Ferreira — e, depois, quando a SIC apresentou as biografias dos três candidatos à presidência do Benfica. Nem sei que te diga. Mas reconheço a extrema bondade do teu texto— eu sei que querias escrever sobre a polémica do Português Suave, eu sei: «O Futebol Clube do Porto está a perder com o Belenenses. Saio da sala da televisão para comprar cigarros, subo o degrau que leva à outra sala, não tenho dinheiro trocado, troco uma nota de cinco euros, falo por instantes com o empregado de balcão, acabo por beber uma imperial, meto as moedas na máquina, desço à sala, sento-me na mesa, acendo um cigarro e olho de novo a televisão: o Porto ganha por 4-1. Se isto não é prova suficiente dos malefícios do tabaco, vou ali e já venho...» Para a semana encontramo-nos em Faro e fazemos contas.

Já o bom Artur, do blog benfiquista Nietzsche & Schopenhauer, disse que «não escreveria nem mais uma linha sobre as eleições presidenciais do Benfica». Na frase seguinte esclarece: «Tal não é possível. Há ali muita matéria-prima para aproveitar. Por exemplo, os sonhos dos três candidatos.[…] Coisa para mil páginas, no mínimo. O grau de estupidez vai muito avançado. Só não está completo porque o senhor dos pneus ainda não avançou com o nome da senhora Judite de Sousa para primeira-dama. Aí sim, estava o circo montado.»
Nem sei que te diga, meu amigo, mas a vida é assim.