outubro 02, 2003

JAIME GAMA. As declarações de Jaime Gama ao Público de hoje são importantes. Mostram aquilo com que devemos discordar na questão da «constituição europeia». A primeira das coisas com que se deve discordar abertamente é com as declarações de Gama — que chama «paródia democrática» à eventual realização de um referendo sobre a constituição europeia. Independentemente da avaliação sobre os «mecanismos políticos» que falam em nome de Jaime Gama (o principal é o facto de, nesta altura do campeonato, não se poderem pôr em causa as conquistas da burocracia de Bruxelas e da sua linguagem — o «consenso»), seria importante perguntar se o risco que a Europa corre com esse eventual referendo é maior ou menor do que a sua submissão à «paródia democrática» que levou à elaboração da proposta de Giscard. Vale a pena ler o texto do Terras do Nunca sobre o assunto.
Já agora, por falar em Terras do Nunca, que anda muito breliano e que dedicou um texto de Brel ao Aviz a propósito da série «A noite, o que é?», desta vez chegamos a um acordo musical: o João propõe ouvir Rufus Wainwright. Depois da nossa conversa sobre Joni Mitchell, o Rufus parece-me consensual.