outubro 09, 2003

OS PORTUGUESES PENSAM QUE, 2. Sobre a matéria relacionada com o Papa e a sondagem do Público (uma larga percentagem de portugueses pensa que o Papa deve abdicar), houve várias reacções ao texto, sobretudo em alguns blogs. No entanto, Shyznogud envia este mail:
«Quando li o seu comentário à sondagem sobre o que pensam os Portugueses do Papa, não pude deixar de o considerar limitado. Na sexta-feira um amigo meu mandou-me a citação do texto do Pacheco Pereira, que V. refere, acompanhado de uma pergunta em que dizia qualquer coisa como “é bem vista esta do Pacheco Pereira, ou não?” Numa primeira resposta imediata respondi-lhe da seguinte maneira: “A ideia que serve de pano de fundo até que não é mal vista, não senhor. Mas a personagem escolhida? Aiii... destilações de fel lá mais para a noitinha, a propósito do senhor de branco e de outros que me venham aos cornos...” A minha resposta levou-o a tecer alguns comentários a propósito do meu assumido ateísmo. Bem, os comentários dele não vêm ao caso. Mas não resisto a reenviar-lhe o segundo mail que lhe enviei: “Não, não sou como o outro [esta vinha a propósito de uma frase dele que dizia “tá visto que és como o outro: «Tudo o que cheire a padralhada é dar para baixo! Se há escândalo conta-se, se não há, inventa-se!»], mas não consigo de deixar associar este Papa aquilo que de mais obtuso tem a Igreja Católica. E, se calhar, onde tu vês "martírio cristão" eu vejo uma espécie de "empecilho levado até ao limite" a mudanças profundas (e fundamentais) no seio da tal Igreja que, quer se queira quer não, tem uma influência brutal neste nosso mundinho. Muito resumidamente é isto. E termino este como terminei o outro. Muito resumidamente é isto... que é profundamente diferente das suas conclusões do último parágrafo...»

Noutro sentido, Miguel João Vaz pensa que há razões para que os católicos defendam a abdicação do Papa:
«Penso que põe a questão do Papa em termos errados. Os idosos que têm a idade e as doenças do Papa não são obrigados a fazer viagens longas e cansativas. Nem muito menos a representar a Igreja em cerimónias oficiais. É essa afronta, ao seu sossego, ao merecido descando que leva as pessoas a aceitar que o Papa abdique.»