outubro 07, 2003

PORTUGUÊS SUAVE, 3. Continuam a chover mails sobre o tabagismo — 90% deles são antitabagistas. Alguns querem entrar pela minha casa dentro e proibir-me de fumar um charuto que seja. Sou chamado, mais uma vez, de «cúmplice no lento assassinato» de muitas pessoas (Lúcia Vale), de «tentar inculcar vícios terceiro-mundistas» (Fátima R. Henriques), de promover «um vício que já se provou ser pernicioso» (Luís Ferreira), de ter, uma vez, através da televisão (programa «Prazeres», RTP), permitido que se fumassem charutos enquanto se falava de charutos, etc., etc. As pessoas preocupam-se. Eu compreendo-as. Sou um assassino viciado e terceiro-mundista.
Comecei por escrever que tirar o «Suave» da designação Português Suave é uma palermice que só cabe no cérebro de uns merdas de Bruxelas. De resto, nunca fumo onde está afixada a placa «proibido fumar» nem me manifesto contra a proibição de fumar nos aviões, nos transportes e em alguns lugares públicos. Mas isso não basta — um leitor defende que se deve deixar de fumar nos bares e restaurantes. Estou a ver onde isto vai dar.
Da próxima vez que encontrar o melhor dos médicos da net, o nosso doutor, falo-lhe do assunto: «Será normal?»