outubro 09, 2003

PORTUGUÊS SUAVE, 5. O excelente Nuno Mendes, do Klepsydra, entrou na discussão sobre o Português Suave, que — por determinação de Bruxelas — passam a ser designados de Português; escreve o Nuno (texto que está no seu blog, que aconselho vivamente — não é todos os dias que se pode visitar o blog de um físico, especialista em Instrumentação Atómica e Nuclear):

«O problema desta alteração, mais do que revelar o grau de "pintelhice" patológica dos senhores de Bruxelas que não querem ficar atrás dos USA na prática do politicamente correcto, reside no facto de acabar com uma magnífica síntese do espírito luso. A verdade é que o nome Português Suave diz mais de nós do que 1000 relatórios da união europeia. Enquanto que em Espanha se fumam Ducados, tabaco negro e forte que empesta tudo numa área de 2 kms quadrados, o lusitanus-tabagicus prefere a moderação de um cigarrito com o ar inofensivo de quem amolenta mais do que mata. Todos os portugueses são suaves, ou pelo menos mais suaves do que a grande maioria dos povos com quem nos relacionamos, é a tal história dos brandos costumes que habitam em nós e que estão inscritos no nosso código genético num qualquer gene do porreirismo. Até nos podem obrigar a chamar os cigarritos de Português Bravo mas a verdade é que a malta além de continuar na mesma também não se chateia muito com isso. Já agora uma sugestão para a tabaqueira, e que tal voltar a mudar o nome para Português Saudade? Olhem que vendia...»