outubro 13, 2003

UMA ONDA DE PARVOÍCE, 7. A discussão sobre o assunto continua — seria bom, de qualquer modo, conhecer a opinião de professores. Entretanto, o Viva Espanha também comentou: «Mais concretamente, e no que se refere aos últimos exemplos conhecidos, trazer os saberes dos alunos para a sala de aula é uma pobre desculpa para o encobrimento da estupidificação de massas que determinados programas televisivos representam. Discutir o Big Brother e as telenovelas tem uma relevância inegável. As ilações que se podem tirar desses produtos televisivos dizem muito sobre a televisão que temos e sobre quem a vê. Mas promover o assunto a tema de estudo no ensino secundário à custa de tempo para explorar a Língua, as obras e os autores resulta de uma insensatez e de uma incúria indescritíveis.» O Homem-a- Dias deu um tom de ironia, atrevido: «Julgo que a reacção aos tais manuais do 10º ano tem sido excessiva. O regulamento do “Big Brother”, por exemplo, pareceu-me um texto conciso, correcto e razoavelmente perceptível. O que é muito mais do que se pode dizer de boa parte da literatura portuguesa contemporânea.» O Mata-Mouros também tem dedicado alguns textos ao assunto. O Klepsydra voltou a ele (o primeiro texto era de Nuno Mendes) — com uma nova e curiosa tese (acerca da inclusão de publicidade nos manuais escolares), exposta por Rui Curado Silva, e que termina com um fragmento dos Maniac Street Preachers: «If you tolerate this, then your children will be next.»