BOLA. O Manuel Falcão não delira com a bola e, num texto sobre o assunto, pede desculpa ao Aviz por estar irritado com a inauguração do Estádio do Dragão na RTP. Ó Manuel, mas até eu — que gosto de bola — me irritaria com aquele festival. Eu gosto do Estádio do Dragão (preferia outro nome: Antas, por exemplo) — mas não me peçam muito mais. Portugal está a sofrer com este excesso de bola que leva a televisão pública a competir com a TVI na transmissão de inaugurações de estádios e os políticos a delirar com convites e desconvites, ofensas e desplantes, indignidades e patifarias, estar ou não estar presente. Tanto me faz que estivessem lá os representantes da Nação como se tivessem pirado para a Bolívia no cumprimento do seu dever: aquilo era só bola e era assim que devia continuar a ser. Hei-de ir lá um dia, porque é o estádio do meu clube, porque gosto que o meu clube ganhe e provoque invejas, mas não há maneira de atinar com estas contradanças da política & da bola. De resto, também acho que o Euro 2004 não era lá muito preciso (bastava irmos jogar lá fora).
Também o M. Marujo, do Cibertúlia, se interroga sobre o assunto: a resposta está dada, tal como o fiz há duas semanas — ah, ditosa Pátria que em tantos estádios fenece.
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