CASA PIA E ADOPÇÃO. No domingo passado, António Barreto tratou o assunto na sua coluna do Público: o processo da Casa Pia devia levar-nos a discutir, finalmente, e com seriedade, o futuro das crianças e da adopção. Isso seria uma grande novidade. Por isso não estranhei o mail de Cibele Pinto Cardoso. Escreve ela: «Pertenço a uma minoria, sou uma mãe-candidata-a-mãe-adoptante recente e muitos de nós gostaríamos que o tema da adopção voltasse a ser notícia... A lei é novinha em folha, porém a aplicabilidade da lei tem-nos parecido difusa... Não lhe parece pertinente, tendo em conta a nacional histeria (e justa) em redor da Casa Pia, falar sobre a adopção? É o que me custa nesta nossa comunicação social: aplaudem-se decretos de lei e despachos governamentais na tv e outros que tais, mas falta saber como correm as coisas depois, a parte que verdadeiramente interessa. “Frequento” os fóruns relativos à adopção e posso garantir-lhe que estes pais e estas mães são uns heróis, há gente à espera há anos, de coração e casa abertos. E o que acontece? A irresponsabilidade e incompetência do Estado e consequente inoperância das Seguranças Sociais promovem processos lentos e desumanos.»
Aviz
«We have no more beginnings.» [ George Steiner ]
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