dezembro 19, 2003

HANNUKAH. Hoje é véspera de Hannukah, a semana que assinala o milagre da luz, o milagre do tempo — e a o milagre da sorte. Interrompe-se o silêncio para assinalar a festa das luzes. Depois, voltará o silêncio sobre a noite, sobre o dia, sobre o Inverno.

Há semanas, dias, alturas em que o silêncio é a única resposta a um mundo que anda muito tagarela — mas a culpa não é do mundo, não. Não dou voz a tamanha arrogância; o mundo é como é, e como já há muito se sabia. De resto, o Aviz tem esta característica lamentável e não-periódica: de vez em quando, cala-se. Não é por mal. Só que não há muito a dizer — nem sobre o circo à volta de Saddam, nem sobre as metas do défice, nem sobre a constituição europeia, nem sobre literatura. São ondas, coisas que vão e vêm, que se soltam às temporadas. Todos somos um pouco errantes, um pouco.