janeiro 04, 2004

NÃO ME ABORREÇAM COM O OPTIMISMO. Isso mesmo. O último parágrafo da crónica de António Barreto no Público de hoje é isso mesmo: «Não tenhamos dúvidas: quando, em tempo de dificuldades sérias, o Presidente da República, o Primeiro Ministro, os Ministros, os deputados, os Bispos, os Presidentes de Câmara, os porta-vozes da oposição, os directores de jornais, os grandes empresários, os gerentes dos centros comerciais e outros dirigentes nos oferecem os seus melhores votos, a sua esperança, o seu optimismo e o seu contributo para o melhoramento da auto-estima dos portugueses, estão simplesmente a tratar de si próprios e a servir-nos, com estas banalidades, um substituto para a sua acção e o cumprimentos dos seus deveres. Ao mesmo tempo que pedem sossego, resignação e serenidade. Há muito que aprendi que os parabéns, prémios, reconhecimentos e votos públicos são geralmente um modo de cuidar de quem os dá e não de quem os recebe. Sinceramente, não precisamos dos votos dos nossos dirigentes, necessitamos, isso sim, do seu trabalho, da sua energia e da sua pontualidade. Deixem os votos para nós, quando chegar a altura.»