REVISTA DA IMPRENSA, 3. De repente, as notícias sobre a retirada de colonos da Faixa de Gaza deixa de ter qualquer interesse, e eu compreendo. Há uma onda de descrença sobre a matéria. Mas não deixa de ser curioso que a má informação continue a existir. O Diário de Notícias escrevia há dias que Kfar Derom é um colonato perigoso. Ora, Kfar Derom existe desde o princípio dos anos vinte. Mas este é só um exemplo. O principal de tudo é a ironia da história: quando Israel negociou com o Egipto a retirada do Sinai antes dos acordos de paz que vinham interromper a «questão territorial» que vigorava desde a guerra do Yom Kippur, o general que iniciou o desmantelamento dos colonatos chamava-se Ariel Sharon. A principal exploração agrícola do Sinal, Ben Atzmon, partiu para os limites da Faixa de Gaza na altura, na zona de Gush ‘Katif. Será um dos primeiros a ser evacuado no plano de Sharon. Há dois anos foram mortos vinte e dois alunos da sua escola, num assalto nocturno. A terra não vale o que vale. Já se devia saber isso.
Aviz
«We have no more beginnings.» [ George Steiner ]
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