março 21, 2004

SOARES. A velocidade, em política, é inimiga de quase tudo, embora seja uma das suas condições. Mas, neste caso, atropela a lucidez. Mesmo desculpando (e é preciso dar um desconto, tratando-se de quem se trata) a sua vontade de ser notado e de exercer as suas pequenas e até explicáveis atribuições (nomeadamente o paternalismo que lhe foi autorizado), é bom que se faça a pergunta: como é que Mário Soares chegou a esta condição, a de um populista de esquerda, banal e previsível? Aqui está uma pergunta para o Bloguítica responder. Não na condição de soarista ou de soarólogo, evidentemente – mas porque pode ajudar a compor o quadro dos próximos tempos da política caseirinha, além de poder ser o pretexto para uma boa página de política. Pura, naturalmente.