CARTAS DO BRASIL: PT & PUB. O escândalo brasileiro do momento já passou. Depois do «caso Waldomiro & Dirceu» (que ameaça regressar a qualquer momento), a questão é a do anúncio televisivo preparado pelo governo para falar do sucesso da «política agrícola familiar». O anúncio era bonito (foi retirado ao fim de dois dias de exibição) e mostrava uma exploração agrícola com alfaces viçosas e agricultores sorridentes. A Folha de São Paulo revelou que se tratava de figurantes e não de agricultores – e que a «exploração agrícola familiar» era propriedade de um empresário, que ficou ligeiramente aborrecido com o aproveitamento. Seja como for, nada de mais para um país onde a política se faz de propaganda televisiva e onde o PT usou e abusou dela, antes e depois de ser governo (o partido de Lula acabou de contratar outro novo publicitário e de indexar cerca de vinte milhões de reais à verba de «imagem», à custa dos contribuintes). O «Fome Zero», outra das grandes invenções da máquina de publicidade do PT, também já foi retirado do ar, bem vistas as coisas.
Mas o 1.º de Maio dos sindicados da CUT, petista, é patrocinado pelo Banco do Brasil, pela Caixa Económica e pela Petrobras. Também são dinheiros públicos, evidentemente, uns bons milhões de reais. O líder da CUT já anunciou o programa das festas: exigir que o governo deixe de pagar os juros da dívida externa e aplique esse dinheiro na administração pública, para «gerar mais emprego». Foi o que fizeram os generais durante a ditadura, nada de original.
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