O SONHO BÍBLICO. A verdade, verdade inteira, é que o sonho do «Israel bíblico», com a Judeia e a Samaria (em parte recomposto em 1967), deixou de ser um sonho para judeus – tirando o facto de, onde estão dois judeus, haver sempre quatro opiniões. A leitura da imprensa conservadora americana dá-nos uma ideia clara: é um sonho dos evangélicos de direita. Com o apoio integral de Bush ao projecto de Sharon, sabe-se que um deles representará o papel do general romano Tito. Vejam o que ele fez na altura.
Outra verdade elementar é que o «direito de retorno» é absurdo nas actuais circunstâncias; e as fronteiras de 1947 – as do sionismo original –, são impossíveis hoje. Mas as fronteiras de 1967 são uma meta de compromisso. Já se sabe que os países árabes e as ditaduras da região ficarão descontentes em qualquer circunstância, porque a existência da «entidade sionista» é apenas uma desculpa para organizar multidões. De resto, o mapa que está colado na manga esquerda da farda de Arafat (o do estado palestiniano) vai do Jordão ao Mediterrâneo. É absurdo contra absurdo.
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