RECORDAÇÕES DO ABADE DE JAZENTE. De vez em quando, aparecem estas recordações amarantinas do vetusto Abade (1719-1789); não fazem mal a ninguém:
«Brutos penhascos, rústicas montanhas,
Medonhos bosques, hórrida maleza,
Que me vedes, coberto de tristeza,
Saudoso habitador destas campanhas.
Para me suavizar mágoas tamanhas,
Alteremos um pouco a Natureza;
Civilize meu mal vossa dureza,
Barbarizai-me vós estas entranhas.
Meu pranto vos comova algum afecto
De branda compaixão; pois da impiedade
Encontra sempre em vós um duro objecto.
Pode ser, que com esta variedade,
Seja mais agradável vosso aspecto,
Sinta eu menos cruel minha saudade.»
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