junho 22, 2004

BRIZOLA. Passei há instantes na Pinheiro Machado, onde fica o Palácio Guanabara, nas Laranjeiras (Rio de Janeiro). Lula tinha acabado de entrar, para visitar o velório de Leonel Brizola, e foi recebido com gritos de «traidor!»; houve tumultos e a fila de cerca de duas mil pessoas demorou um pouco a recompor-se. De manhã, Rosinha Mateus, a governadora do Rio, e o marido Garotinho, foram cumprimentados pela multidão. As sondagens de hoje dizem que a rejeição de Lula chegou aos 47,6% (apenas 16% dizem que votariam Lula de novo) – mas, de qualquer modo, não deixa de ser incompreensível e absurdo que os Garotinhos sejam bem recebidos e Lula seja maltratado no interior do próprio palácio. Nos últimos tempos, Brizola foi ácido para Lula e foi, mesmo, uma das fontes (a principal) para o controverso artigo do The New York Times sobre os «hábitos alcoólicos» do presidente – que respondeu ainda mais ácido, dizendo que «disso [bebida] ele tem muita experiência». Memória, memória… Ou é do calor?