julho 22, 2004

MAIS PROSA DO CADERNO LILÁS. «Província de Okinawa, 1946. Marlon Brando e uma casa de chá ao luar de agosto. E logo ali a Polinésia. E logo depois os trópicos. Abacaxis, bananas, representações diplomáticas. E tomei o café absorvida pela atmosfera de dia seguinte. É esse o seu trabalho? ele perguntou, virando as páginas do álbum do Japão. Mas me interrogando com os olhos escuros, os cabelos meio caídos sobre a testa, a cicatriz no lado esquerdo do rosto. O que mais eu poderia falar sobre o meu trabalho, que já não estivesse ali, em todas aquelas fotos, colagens e desenhos? Eu não sou o que eu faço. Eu sou outra coisa.» {Texto de Karim Blair.}