julho 02, 2004



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SOPHIA. Nesta circunstância, que é a da morte, nenhuma palavra é melhor do que as da própria Sophia. Eu recordo os primeiros versos lidos, os muros brancos, o mar, o azul do mar, as coisas elementares que só percebi que eram elementares depois de as ter lido nos seus poemas. E, nessa altura, eram as coisas mais belas que tinha encontrado. Mesmo com o passar do tempo, os seus poemas nunca perderam -- em qualquer momento -- o brilho dessa beleza designada com os nomes mais intensos. A falar verdade, só na sua poesia algumas palavras deixavam de ser fáceis ou vulgares. Como ela dizia: «As palavras às vezes coincidiam com os seus significados, e depois deixam de coincidir, e voltam a coincidir outra vez.»