agosto 07, 2004

TÁXI. Cheguei a Lisboa de cadeira de rodas. Um taxista guarda-me as malas no carro e dou um endereço, perto do Marquês de Pombal -- acrescentando que a seguir quero ir ao Campo Grande. «Ó amigo, isso é que não pode ser. Está na minha hora de almoço e o almoço é sagrado. E além do mais, não estou para fazer serviços de merda. Porque é que me havia de tocar isto a mim?» Os utilizadores dos táxis do aeroporto da Portela estão permanentemente diante do Muro das Lamentações, expiando culpas que desconhecem. Mas, diante daquela lógica irrefutável, rendi-me. Entre ser recebido assim ou a ouvir o fórum da TSF, fiquei com a impressão de que as coisas são como são.