agosto 11, 2004

TÁXIS. Escreve a Cláudia, por mail, sobre a história que aqui contei há dias sobre uma história de táxis no aeroporto:
«Acabei de ler a sua história sobre taxis. Toda a gente tem uma e todas são igualmente angustiantes. Só não se percebe porque é que não existiu ainda uma regulamentação séria daquela actividade. Ou ainda, milagre dos milagres, uma iniciativa de auto-regulamentação.
Houve um taxista que me tentou atropelar depois de ter que "fazer um serviço de merda" comigo às 3 da manhã, da Lapa para o Bairro Alto. Passou o percurso inteiro a dizer palavrões, e chegando ao destino, arrancou mal eu tinha tirado a segunda perna do carro. Estava eu a tentar equilibrar-me quando o criminoso arrancou violentamente para a frente, ganhando espaço, para depois pôr a marcha atrás a toda a velocidade. Uma amiga que estava comigo empurra-me para fora da estrada, evitando que eu fosse atropelada. Isto ultrapassa a falta de respeito pelo outro, isto é um atentado físico.
Esta é a minha pior história. Entre outros episódios já me pediram para eu me juntar ao célebre slogan enquanto conduzir beba (ó menina, beba uma cervejinha comigo), já tive que andar a pé para ir buscar trocos ("eh pá então dá-me uma nota de 20 euros?"), já suportei ofensas repetidas por ter de apanhar taxis do aeroporto para a Av. dos EUA, onde a minha família mora. Já tive que decifrar mapas de ruas, suportar os cigarros de taxistas que se passeiam com cinco autocolantes a dizer "proibido fumar". Já me disseram que pôr cinto de segurança era uma ofensa (os palavrões que eu oiço, esses, não são ofensa), já fui transportada por pessoas de idade avançada e sem reflexos para conduzir. Eu tenho muito medo de andar de taxi em Lisboa...»