BRASIL. Os resultados não deixam dúvidas: o PT subiu conforme o previsto, ultrapassando as expectativas em alguns pontos (como o «saco de gatos» PMDB) e raramente desmentindo os seus objectivos. De destacar, ainda, a reeleição (à primeira volta) de César Maia no Rio de Janeiro; as suas declarações esta manhã (na TV Globo) podem indicar estarmos no final do «ciclo populista» que catapultou os Garotinhos para o governo do estado. Os cariocas aprenderam a lição. No entanto, outro dos sinais importantes destas eleições ocorre (insisto) na Bahia onde se confirma o «segundo turno» entre o PFL (do senador Magalhães, o ACM) e o PDT; a confirmar-se a vitória do PDT (que foi o mais votado ontem, com 43%, contra 21% do PFL), com o apoio da restante oposição do Estado, isso pode significar que ACM perde a prefeitura da cidade, embora possa voltar a jantar com Lula, não se livrando da discussão sobre a sua expulsão do partido. São Paulo será o barómetro para outros voos e uma eventual vitória de José Serra pode, para a pequena política, contribuir em muito para a bipolarização do sistema partidário brasileiro. Ao contrário do que se passa noutros países, a polarização entre PT e PSDB (que é o segundo partido mais votado nas eleições, apesar de essa votação não corresponder a número de mandatos e prefeituras) só pode ser, neste contexto, um sinal de vitalidade e de amadurecimento.
Aviz
«We have no more beginnings.» [ George Steiner ]
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