outubro 07, 2004

PROIBIÇÕES E PATERNALISMO. O reitor da Universidade Católica não quer mudar o horário das discotecas por ter vontade de proibir seja o que for; não me parece pessoa para isso. Ele quer que se mude o horário das discotecas porque -- como mais de meio mundo no universo da pedagogia e da educação -- acha que se devem proteger os meninos e as meninas. Os estudantes estão, portanto, indefesos diante do ataque da sociedade e não há melhor maneira de os pôr a salvo do que impedir que elas e eles sejam cativados pelo mal que anda cá fora, à solta.
Evidentemente que responsabilizá-los pelo mau aproveitamento escolar está fora de causa; é muito pouco popular e não está na moda.
Como dizia o presidente de uma associação académica (creio que de Coimbra, para não variar), logo uma semana depois de ter sido eleito, «nas actuais condições» não se pode exigir que um estudante complete o curso no tempo regulamentar. Ora, o que se deve exigir é que um estudante complete o curso no tempo regulamentar, exactamente -- ou então que vá à sua vida. O reitor da Católica não fez mais do que autorizar este género de coisas.