A MISÉRIA DO PODER. Santana Castilho chamou a atenção para o problema no Público: a ministra descansou os paizinhos e os alunos, como se não fosse preciso virem a apresentar atestados médicos (como aconteceu em Guimarães) -- não, não se preocupem, os exames nacionais não vão alterar as coisas, não vão seleccionar, não vale a pena protestarem já, as Associações de Pais podem descansar. Não vão ser exames, no fundo. Então, para que servem? São, ou não são necessários? São, ou não são úteis? Sim, são necessários e úteis, mas alguém arranjará maneira de eles «não contarem tanto», de a avaliação não ser feita. O que incomoda no poder pequenino e envergonhado é exactamente isto: não ser exercido senão a medo, pelas costas, ao engano. O exercício do poder deixou de ser uma coisa nobre e séria; acossado pelas tele-sondagens, é apenas um retrato da sua miséria, da tagarelice. Governar é fazer escolhas.
Aviz
«We have no more beginnings.» [ George Steiner ]
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