O PRECONCEITO GROSSEIRO. Luís F. Marinho, por mail, pergunta qual é o preconceito grosseiro que eu referia abaixo (post «Demónio Americano»). É muito comum; tanto, que escapa a quem os produz no meio de comentários aparentemente banais sobre a América. Arthur Dapieve, no Globo de hoje, por exemplo, fala de «a minha América» para dizer que ela não lhe foi roubada por um voto sequer. Mas a maior parte dos comentários sobre o «horror da América», por exemplo, tem endereço errado, como já hoje foi escrito no Blasfémias. A guerra sem tréguas aos fumadores, o processo Anita Hill, etc. etc., são obra dos democratas, que impediram Bill Clinton de fumar um charuto sequer. A ideia de que os americanos são todos isto ou todos aquilo é muito semelhante «à visão do português» no Brasil, por exemplo -- todos seríamos donos de padarias e choraríamos a ouvir fadinho e a beber vinho verde (ou todos votaríamos Santana Lopes). Essa visão do americano reproduz o olhar provinciano de quem só conhece (e mal) os cantos da sua casa. Pessoalmente, acho um assunto desinteressante.
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