ORGÂNICOS, 2. Continua a escrever-se sobre «a questão Pedro Mexia» e o seu artigo no DN. Ora, não faltava mais nada que se exigisse ao Pedro, ou a quem for, algum tipo de «lealdade orgânica» (os termos são adaptados do texto do José Bourbon Ribeiro no O Acidental) que se possa confundir com «defender a asneira até à inanição». O mal não é exclusivo da direita, longe disso -- e os principais exemplos até vêm da esquerda, com a histórica «lealdade orgânica» dos intelectuais ao comunismo e a outras «frentes de combate». Simplesmente, os orgânicos de que muitas vezes se rodeia nunca são grande exemplos. Era bom que, de vez em quando -- sem exageros, evidentemente, não convém dar muita trela a intelectuais -- olhasse sem «preocupações orgânicas» para os textos e os combates de gente como o Pedro Mexia. A menos que os sacerdotes só leiam os Actos dos Apóstolos, evidentemente.
Aviz
«We have no more beginnings.» [ George Steiner ]
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