novembro 18, 2004

OS DEMÔNIOS INTERIORES. «Quando eu morrer, espalhem o boato que eu “lutei contra os meus demônios interiores” (é assim que vocês têm que falar, anotem) e nem sempre venci - mas que lutei com todas as forças, num espetáculo ao mesmo tempo trágico e algum outro adjetivo qualquer que vocês podem escolher. Digam que eu era alcoólatra (I wish!), que ficava de mau humor quando bebia e ficava xingando os meus amigos, mas quando eles tentavam bater em mim eu dizia que “não acreditava em violência”, levantava com uma cara arrogante e tentava cuspir na pessoa, errava e acertava na minha própria camisa, e saía cambaleando bar afora. [...] Oh escritores de boina, quando estiverem ganhando um prêmio do Pen Club ou algo assim, e por acaso notarem Katie Holmes na platéia, digam a ela que eu a amo, que eu a amo. E que eu não seria canalha com ela, nunca. Que eu lutei contra meus demônios interiores e venci, saindo mais forte e mais sábio, pero com o coração cheio de ternura. Digam a ela que tudo que falam de mim é mentira! E se ela disser que nem sabe quem sou eu, comecem a mentir, a mentir barbaramente. Digam que Ian Fleming me conheceu no Cassino do Estoril e, “coincidentemente” (façam as aspas com os dedos), criou James Bond no mês seguinte.» Alexandre Soares Silva

E ler ainda este texto, uma receita para fazer um inferno a vida dos escritores mais hirsutos e ficar com a vida estragada por causa disso -- e deles.

1 Comments:

At 11:09 da tarde, Anonymous Anónimo said...

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