dezembro 13, 2004

DEVE DE. UM ESCLARECIMENTO. O excelente Abel Barros Baptista esclarece as dúvidas sobre a expressão «deve de», usada ultimamente por um detentor de cargo público demissionário:
«O "deve de" carece de contexto para ser condenado. "Às súplicas e às mágoas/ Tua alma de mulher deve de palpitar." (Machado de Assis, Poesias Completas) Explica o Aurélio: «Seguido da preposição 'de' e de um verbo no infinitivo, indica probabilidade, suposição.» E o Pessoa, na «Defesa e Ilustração da Língua Portuguesa», esclarece que o verbo «dever» tem dois sentidos, o de obrigação e o de probabilidade. Curiosamente, o exemplo que oferece é rigorosamente oposto ao sentido do Aurélio (A Língua Portuguesa, Assírio & Alvim, pp. 61-62). Mas aconselha a supressão da preposição em caso de dúvida.»
Aí está como se deve ter cuidado com a língua. Obrigado, Abel.