Depois da efeméride.
«Naquele piquenique de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!»
Cesário Verde
4 Comments:
roubo-lhe este poema para a Casa da Poesia (www.poiesis.blogger.com.br), se não levar a mal. um abraço. wilson t.
e pensar que a melhor nota que já tirei num teste de português A tinha este poema para interpretar!..
eu também roubo, se me for permitido, mas para mim...
Meus Deus perdoai-lhes metade porque a outra metade eu já perdoei
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