A tralha. Ideias antigas.
Uma das preocupações naturais nestas circunstâncias tem a ver com o futuro do PSD. A generalidade dos seus eleitores (não dos seus militantes) entendeu três coisas fundamentais que vale a pena enumerar. Santana é o símbolo da geração rasca do partido, o ponto mais alto da degradação a que o partido poderia ter chegado; a culpa pelo desaire não é apenas de Santana – mas do próprio partido que, maravilhado diante da possibilidade de tê-lo ao comando, lhe entregou tudo, lhe confiou tudo e não deu ouvidos aos avisos de gente experiente e séria; finalmente, os eleitores do PSD perceberam que não têm de estar preocupados com o PSD – ou seja, que o PSD merece o que lhe aconteceu, que os presidentes das distritais do partido merecem o desastre, que não cairão tão cedo noutra armadilha populista e que se estão nas tintas para o PSD. O facto de se estarem nas tintas para o PSD representa, bem vistas as coisas, um sinal de maioridade do eleitorado, que espera pelo fim da tralha santanista.
2 Comments:
Tem você muita razão naquilo que escreve. Apenas lhe acrescento um pormenor : a punição do PSD foi correcta, mas o prémio concedido ao PS foi exagerado e tremendamente imerecido. A desconcertante decisão eleitoral dos portugueses vai agora pôr-se à prova. Oxalá me engane, para bem do País. No Alma Lusíada, já tratei desenvolvidamente do tema da inépcia dos responsáveis do PSD e da adulteração doutrinária que o partido não tem cessado de sofrer, de há vários anos para cá. Poucos se ralam com isso e o resultado está à vista. Para terminar, quero felicitá-lo pela transformação operada no Aviz, que assim entra no verdadeiro espírito da blogosfera, ao promover o intercâmbio das opiniões, como, de resto, já tinha acontecido com o animoso Gávea, infelizmente pouco aproveitado pela difícil comunidade luso-brasileira. Bem haja pela iniciativa e continue no mesmo propósito. Um frequente visitante do Aviz.
Parece haver um interessante jogo de simetrias entre o PSD e PS, vítima primeira da tralha com experiência governativa...
Mas a questão é mais simples: se os eleitores do PSD estão nas tintas para o partido, e se sentem uma crise de representatividade, que espera o partido para se deixar de imaturidades e quebrar com esse divórcio?
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