Os crimes.
As televisões e as rádios têm andado em regime de euforia perpétua. Há mais crimes para lá da Amadora, evidentemente, mas no domingo passado, às oito da manhã, a rádio encostava o presidente da Câmara da Amadora à parede; sim, como é que se justifica esta desordem nas ruas, esta insegurança nos bairros? Como é que a polícia, tão atacada na semana anterior por desacatos da sua espécie, é tão abandonada pelo poder e tem tanta falta de meios? E o governo, que não aparece? E o ministro, que não ministra? E os sindicatos, tão prestáveis? Eu sei que o caso dos dois agentes da polícia assassinados na madrugada de domingo é grave. Mas desde as oito da manhã de domingo já contei mais seis assassinatos. E esta ideia de que «a autoridade do Estado é posta em causa» pelo «crime da Amadora», é tão absurda como as indignações que se acumulam até não terem mais sentido nenhum.
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