A montanha para lá de El Martial.
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El Martial, Ushuaia.
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Subo pela montanha. Ao fim de algumas horas
sento-me numa rocha mais alta para ver
a claridade do vale: pontes que atravessam ravinas,
animais solitários que procuram um caminho,
sinais perdidos nas penumbras.
Daqui vejo como a poesia
foi desaparecendo do mundo. Ou como
o seu sentido mudou – o poeta
devia interpretar as meteorologias, prever
as tempestades, não dar voz às coisas
do mundo nem às pequenas glórias.
Se houvesse uma obrigação digna e perfeita
seria esta: subir pela montanha,
esgotar as suas forças, contemplar o vale.
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