junho 17, 2005

Defeso e preliminar. Uma teoria freudiana.

Mais ou menos na mesma altura em que José Pacheco Pereira prova que também não é um homem do mundo (ao ter admitido que pensava que o Norton de Matos que ia para o Vitória de Setúbal era o velho general e não aquele cavalheiro que passa por ser treinador de futebol), o Bombyx-Mori fala sobre o defeso antes da época propriamente dita:
"Esta é a única altura do ano em que acho legíveis (suportáveis) os jornais desportivos. No defeso, são obrigados a fazer um considerável esforço de imaginação arquetípica para tornar verosímeis as ficções que constroem à roda das contratações dos grandes. Ficções quase inofensivas. Há um acordo tácito: os leitores não levam à letra as miríades. Como se fossem fantasias sexuais que se interrompem muito antes dos preliminares. Ou inclusive transferências, a via regia porém difícil e polémica para aceder ao inconsciente e perscrutar, no passado, a causa de neuroses e outras psicopatias. Já dizia Freud: a transferência é uma forma especial de recordar."