Misericórdia no meio do calor.
De entre os livros dispersos, e até para repousar das coisas temíveis a que a profissão obriga, leio Morte no Paraíso. A Tragédia de Stefan Zweig, de Alberto Dines (Rocco). Que livro. Excelente biografia, mesmo com olhar enternecido de Dines. O problema das biografias é a paixão pelo biografado. Mas não há outro remédio: «Subir não é apenas o ato de acompanhar a elevação da topografia, pode ser a maneira de escapar da depressão. Subiu o morro em Salzburgo, a colina de Bath, agora vai escalar a serra de Petrópolis, três refúgios acima da mêlée. Tudo diferente em matéria de geografia, tudo igual em matéria de significado. A varanda que tanto o fascina é a metáfora da fresta por onde pensa espreitar os tumultos lá embaixo. Chalé mobilado -- não quer acumular coisas -- assim não terá que cortá-las logo de seguida.» [pág. 403] E este fragmento da carta de Albert Speer: «Não posso contar muito sobre a reacção do governo nazi ao suicídio de Stefan Zweig. Tudo o que posso lembrar foi que sua morte foi saudada com grande alegria e que o partido considerou um bem merecido para aquele inimigo do nacional-socialismo.»
E o funeral de Zweig (autorizado por Getúlio Vargas em Petrópolis, e ao qual não compareceu nenhum escritor brasileiro): «No exato momento em que Hitler acende os fornos do Holocausto, na aprazível Petrópolis discute-se a maneira mais honrosa de sepultar uma vítima do nazismo[...]» «Badalam os sinos das igrejas, o comércio fecha as portas, nos mastros a bandeira do Brasil a meio-pau. Cinco mil pessoas acompanham o féretro a pé enquanto, nas calçadas e sacadas, outros dão adeus ao inventor do país do futuro. No cemitério da cidade, obedecendo ao ritual judaico, os caixões são colocados sobre pranchões de madeira, de modo que os corpos fiquem perto do chão, enquanto o rabino Lemle lê um trecho do Jeremias, do próprio Zweig [...].»
4 Comments:
Talvez o autor mais marcante da minha juventude... eu studava em Coimbra quando a Civilização Editora (não estou certo, mas acho que era assim que se chamava...), do Porto,enviava uma carrinha pelo país de estudantes, a vender autores a preços módicos, em prestações anuais e em endadernações modestas.
Foi assim que comprei a colecção completa de S. Zweig a 30 escudos por mês durante um ano. Do "Vinte e Quatro Horas da Vida de uma Mulher ao "Brasil País do Futuro".
E jamais esquecerei as suas biografias...
O Gabriel Garcia Marquez também vende nas bombas de gasolina. A sua escrita torna-se má de um dia para o outro por isso?
Eu devo-lhe dizer que acho bem que haja Paulos Coelhos, Margaridas Rebelos Pintos, Sidney Sheldons (ou lá como é que se chama a gaja) e por aí fora. Olhe, ao menos lê-se.
Lê-se, aprende-se a escrever não como o Eça de Queiroz mas pelo menos de forma a que se perceba. Com frases com princípio meio e fim, por mais básicas que sejam. Acho isso importante. Importante também seria que a Oficina do Livro tivesse mais em atenção as revisões. Há erros ortográficos, de sintaxe etc. Se o objectivo é ler e aprender português, então que pelo menos a ortografia esteja correcta.
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