março 22, 2005

Reconversão.

Depois de tantos protestos no mail, insisto: estava para dar os parabéns aos meus amigos sportinguistas. E insisto mais, ainda: dou os parabéns aos meus amigos sportinguistas.

Futebol para todos, até para os coxos.

Eu estava capaz de dar os parabéns ao Sporting. Mas jogaram os dois tão mal, e o Sporting nem assim foi capaz de golear, que hesito um pouco. Mas dou, sim, dou os parabéns.

P.S. - O CANTINHO DO HOOLIGAN (Ah, claro). Aquele árbitro, João Ferreira, era genial. As expulsões erradas d os dois jogadores do FC Porto foram apenas um pormenor.

Indignação. Lá como cá.

Na Cadena Ser, de Espanha, que sintonizo ao acaso, ouço esta coisa portuguesa: «A seguir ao futebol, a indignação é o desporto mais popular entre nós.»

Os crimes.

As televisões e as rádios têm andado em regime de euforia perpétua. Há mais crimes para lá da Amadora, evidentemente, mas no domingo passado, às oito da manhã, a rádio encostava o presidente da Câmara da Amadora à parede; sim, como é que se justifica esta desordem nas ruas, esta insegurança nos bairros? Como é que a polícia, tão atacada na semana anterior por desacatos da sua espécie, é tão abandonada pelo poder e tem tanta falta de meios? E o governo, que não aparece? E o ministro, que não ministra? E os sindicatos, tão prestáveis? Eu sei que o caso dos dois agentes da polícia assassinados na madrugada de domingo é grave. Mas desde as oito da manhã de domingo já contei mais seis assassinatos. E esta ideia de que «a autoridade do Estado é posta em causa» pelo «crime da Amadora», é tão absurda como as indignações que se acumulam até não terem mais sentido nenhum.

As coisas que passam.

Nos últimos dois meses, a política foi muito previsível. Aconteceu o que tinha de acontecer. Santana foi mesmo Santana, o país converteu-se ao anti-Santanismo em todas as províncias, Sócrates foi um pouco mais do que inteligente, sim. Mas o espectáculo é triste. Alguns editoriais, pescados da imprensa, aqui e ali, são tão vulgares e ainda tão mais previsíveis. Na imprensa (como na blogosfera exclusivamente política) há dois tipos de comportamento igualmente previsíveis -- ou o patrulhamento ideológico, em regime de permanência, severo, autoritário e arrogante (mesmo quando está cheio de erros factuais e de erros ortográficos); ou a sedução pelo inimigo, muito declarada nestes últimos tempos. O inimigo vai-se tornando muito apetecível; ou porque não se cala, ou porque não fala.

Só por isto, acho uma pena não haver menos mulheres no governo.

«Não é justo nem razoável que persistam enviesamentos masculinocêntricos tão acentuados na selecção das questões políticas agendáveis». Tinha perdido este fragmento da declaração do presidente da República. Obrigado ao Ilídio Martins.

março 19, 2005

Os verdadeiros trabalhos de Sócrates.

O dr. Soares dá quatro anos de vida a este governo. Mas, para isso, «tem de ganhar as autárquicas e as presidenciais». De contrário, diz o pai da democracia, «começa a patinar». O governo, não o pai da democracia.

março 13, 2005

A Última Flor do Lácio. Questões de Língua.

Pela Vera F. chego ao blog Blue Everest e, por este, ao Arukutipa. O Arukutipa criou um debate em torno da lusofobia («Lusofobia: afecção de origem conhecida ainda que de difícil definição, caracterizada por um profundo estado de abatimento moral ou físico.»), neste caso relativa à apatia («curiosa apatia», como escreve o Blue Everest) com que no Parlamento Europeu se reage à marginalização da Língua Portuguesa. Rubem de Carvalho já escreveu sobre o assunto.
O que me parece é que a diplomacia portuguesa acatou o princípio de que Portugal é um país periférico e marginal. Que eu diga isso em relação a vários assuntos, compreende-se -- mas a questão da nossa língua é outra coisa. E o papel da nossa diplomacia ou dos nossos representantes em Estrasburgo não é o de acatar e cumprir esse papel, mas o de bater o pé; o de, com toda a força, bater o pé.

Escreve o Blue Everest: «Anda o Instituto Camões a gastar fortunas para defender - e apoiar aqueles que defendem - em tantos países pelo mundo fora a nossa língua e cultura e em Bruxelas não se fez ouvir um protesto à altura deste ideal e das despesas feitas? Curiosa apatia.»

Eles não querem o nosso défice? Pois que aceitem a nossa Língua.

Livro Aberto.

Esta semana, o Livro Aberto (ainda se pode ver de madrugada a repetição na RTP-N e na madrugada de quinta na 2:) tem Fernando António Almeida como convidado. O Fernando António é um divulgador excelente de história portuguesa -- história local, história regional, lendas portuguesas, autores portugueses. É um free lance que vive dos seus livros (está neste momento a escrever uma biografia de Fernão Mendes Pinto), e isso faz com que me mereça ainda mais respeito. Desta vez escreveu um livro sobre Vidas Maravilhosas de Santos (edição na Teorema) a partir de um texto do século XIII. É um grande divertimento.

Misoginia.

Grande parte das críticas das mulheres socialistas à composição do governo são absurdas, nomeadamente a acusação de misoginia. Há a questão das quotas, da paridade, da igualdade, da competência. Tudo junto, talvez o assunto mereça vingança. Há uma peça de Aristófanes sobre isso mesmo; quererão seguir-lhe o método e o conselho?

Sayd Bahodine Majrouh.

Os poemas (landay) são recolhidos por Sayd Bahodine Majrouh, traduzidos por Ana Hatherly. O livro chama-se O Suicídio e o Canto (A Voz Secreta das Mulheres Afegãs), publicado pela Cavalo de Ferro. Momentos de beleza pura.

Gotam.

Uma pessoa não devia confessar tão abertamente a sua ignorância (quando escrevi, na altura, que não tinha lido a Recherche, levei alguns mails de raspanete -- corri a ler a tradução de Pedro Tamen, fechado em casa algumas noites; nem por isso a minha vida mudou substancialmente). Mas sempre me fez confusão aquela peça dos Gotam Project chamada «El capitalismo foráneo». De facto, a Argentina não pode queixar-se «del capitalismo domestico», aquele que depenou o país.

março 12, 2005

Atrasados. E é bem feito.

"O PSD precisa de pessoas normais",diz Marques Mendes.

Lê Cróniques du Matãn.


O blog da Ana Albergaria, o Crónicas Matinais, já chegou aos dois anos de idade. Entre Paris e a pátria.

Gabo.

Hoje, numa revista portuguesa, o jornalista fala umas seis vezes de Gabo num artigo sobre Gabriel García Márquez. Tanta familiaridade com García Márquez faz suspeitar que não interessa ele ser bom ou mau escritor, criticável ou acima de qualquer crítica. Do género: é Gabo e pronto, é dos nossos, nada mais a dizer.

Revista de Blogs. Quem sabe?

«Os portugueses parecem ser todos inteligentes, cultos, perfeitamente alfabetizados, e lindos e charmosos em minhas fantasias. O único defeito talvez seja que vivem falando de política, e da nossa política. Não que não seja ok falar de política, ou importante, yadda yadda, é que no Brasil isso é feito, geralmente, por gente bem nojentinha e nojentamente - não tomam banho, se reúnem todos os dias num certo lugar aqui do Brasil, particularmente da cidade de São Paulo e competem pra ver quem fede mais. Eu desejo quase todos os dias (e noites) ter nascido com habilidades pra física ou matemática. O pessoal de exatas pode não parecer muito cool, mas parecem tomar banho.» Ieda, no Fabulosa & Inútil.

março 11, 2005

Brasil. Uma aventura no Leblon.

A imprensa bem comportada diz que não quer falar do caso Chico Buarque (fotografado com uma senhora nas ondas do Leblon) por respeito ao combatente contra a ditadura e ao papel desempenhado na vida cultural brasileira. É injusto. Chico Buarque tem todo o direito a navegar como quiser nas ondas do Leblon sem ser prejudicado pela sua respeitável biografia.

O Cantinho do Hooligan.

Afinal, não há muito mais comentários. O resultado fala por si e é quase histórico. Já não se fala apenas da incapacidade quase permanente de a equipa marcar golos ou de alinhar um jogo com sujeito, predicado & complemento directo -- trata-se da inabilidade que demonstram em campo. É uma humilhação merecida, não um escândalo; este FC Porto é uma fraude. Mérito absoluto do Nacional. Como eu gosto de dizer em futebol: «Vai buscar.» E é assim.

Bingo.

Excelente resultado do Nacional. Uma vergonha absoluta. Mais comentários a seguir, antes da síncope.

março 04, 2005

The battle for clarity of language.

Christopher Hitchens: «Here again, the most persuasive evidence is the evidence that looks us in the face. In Iraq, Muslim militants place bombs in the mosques of those Muslims they regard as heretics. In Afghanistan and Pakistan, too, the Salafi and Wahhabi extremists commit murder against Muslims they deem unclean or unorthodox. And in the West, there are non-Muslims who excuse such atrocities as "resistance." These are often the same as those who hailed what they thought of as the "street." I don't think they should be indicted for hate crimes, but they should be made to understand that what they say is hateful and criminal, as well as sectarian. The battle for clarity of language is a part of this larger contest, and it is time for the opponents of terror and bigotry to become very much less apologetic and defensive on this score.»

março 03, 2005

Revista de Blogs. Tamanho não é documento.

«Fomos a um casamento an-to-ló-gi-co em Ilha Bela, coisa de filme, padre super-star, metade do elenco fixo da revista Caras em lamê doirado, bolo de muitos andares, as mais belas flores na igreja, noiva linda, parecendo noiva de filme, noivo chorando piedosamente os 45 minutos da cerimônia, comida deliciosa - quando perguntada se queria carne ou peixe, eu disse pro garçom: "Meu filho, olha bem o meu tamanho, eu quero carne e peixe."» No Drops da Fal.

Revista de Blogs. Coisa pública.

«Domingo a minha próstata saiu na PúblicaJúlio Machado Vaz, no Murcon.

Estabilidade.

O país está tranquilo. Ainda não temos governo. A estabilidade regressou.

Imagem.

Não só. O Paulo também aparece numa das emissões do Livro Aberto (RTP-N e 2:).

O problema da identidade nacional.

«Portugal» foi a palavra mais pesquisada na Internet em 2004. Não admira.

Venenos.

Primeiro, o SG Filtro. Agora, o molho inglês. As auctoridades sanitarias não conseguiram provar a presença de venenos suplementares. Não há maneira de nos conseguirem envenenar definitivamente a vida.

Brasileiros.

O Pedro Mexia escreveu uma crónica no Diário de Notícias sobre a sua descoberta da literatura brasileira. E, de facto, eles escrevem muito melhor. Dêem-me um romance português dos últimos anos que chegue ao desplante de Rubem Fonseca, Tabajara Ruas, Patrícia Melo, Bernardo Carvalho, Assis Brasil ou J. Gilberto Noll. Sim, ainda há os que citam Chico Buarque ou o último do Verissimo.

Pharmacia.

Sim, Pedro, sim. E há livros que só se deviam comprar na farmácia.

Licor de ananás.

Eu sou do tempo em que existia o velho Licor de Maracujá do Ezequiel, glória de São Miguel. Dizem-me que vai regressar e alimento essa esperança. Acho que comprei as últimas garrafas da velha geração de Maracujá do Ezequiel em insuspeitas mercearias da Ribeira Grande e de Ponte Delgada. Hoje, no entanto, provei o Licor de Ananás A. Arruda, da Fajã de Baixo. Uma revelação. Excelente para o cálice; magnífico para cocktails, quando vier a Primavera.

Adenda: Por falar em bebidas extintas, coube-me provar (e, com o Joel e o Nuno CS, exterminá-la) uma das últimas garrafas de Aguardente de Nêspera de São Carlos, ilha Terceira. Se houver uma garrafa ainda resistente, sou candidato.

Beirute, Damasco, Cairo.

O Al-Ahram escreve de Beirute, sobre Beirute, de Damasco, e dá conta dos tempos que se aproximam no próprio Egipto. Sinais.

Revista de Blogs. Um problema de epistemologia geral.

«A nostalgia pelas mamas do antigamente configura-se em duas modalidades. A primeira, é a modalidade daquelas/es que celebram o natural em detrimento da artificialidade do silicone. A segunda, é a modalidade de quem não esquece a forma das mamas idas.» Bruno Sena Martins no Avatares de um Desejo. {link para o texto}

março 02, 2005

Revista de Blogs. National Gallery online.

«Termino com a notícia mais bela do mundo. A National Gallery está neste momento a exibir "Caravaggio: The Final Years", uma aparentemente espectacular exibição dos quadros deste menino. Vale a pena ler qualquer coisa sobre o esforço negocial que envolveu a concentração de tanta obra-prima - normalmente dispersa pelas sete partidas - num mesmo espaço em determinado momento. Vale a pena mas eu agora não encontro o link do artigo. O que interessa é que esta exposição (menos um quadrito ou outro) já esteve em Nápoles, onde o sucesso foi, como se costuma dizer, retumbante. Tão retumbante que: "In Naples last November the show was so popular that a man who was supposed to be under house arrest was caught waiting in the queue. The curators graciously sent him a catalogue." Se isto não é lindo não sei o que o seja.» maradona, no A Causa Foi Modificada.

O modelo nórdico.

Acerca do modelo nórdico, ultimamente tão discutido e cobiçado, o Sob a Estrela do Norte (Täällä Pohjantahden Alla) discute o tema. Indicações úteis.

Revista de Blogs. Do mundo literário.

«A avaliar pelos convites que recebo, só em Lisboa, exceptuando o mês de Agosto e a semana do Natal, fazem-se três lançamentos por dia. Nos meses de Abril e Outubro o número tende a duplicar. Ou seja: mais de mil lançamentos por ano. Porque não há só os autores «consagrados», os «reconhecidos», os «mediáticos», os «light», os «novos», os «novíssimos», os «urbanóides», os «do Partido», os «descamisados», os «malditos», os «marginais», os «tardo-Dada», as «socialites-escritoras», os «laterais», os «colunistas», as «senhorecas», os «jornalistas», os «psicoterapeutas», os «académicos», os «S/M», os «políticos», as «feministas», as «professoras», os «autarcas», as «escritoras do Graal», os «gay off the record», os «palopianos», os «dissidentes», os «brigadistas», os «fedorentos radical-chic», etc. Há também os outros. Nas variantes em pauta, onde está «escritor», pode-se pôr poeta. Agora o lançamento tornou-se uma pulsão colectiva.» Eduardo Pitta, no Da Literatura {link para o texto}.

O mistério, 3.

Mas a questão é também outra. A inevitabilidade de Cavaco é um assunto melindroso – é necessário distinguir as saudades de Cavaco da ideia de ter um Cavaco candidato à presidência da República.

O mistério, 2.

Há aqui muitos exercícios sobre lógica política: Cavaco é o candidato que pode unir e dar a vitória ao centro-direita. Problema de lógica política para os que acham que se tratou de uma vitória absoluta da esquerda: o que garante a inevitabilidade de Cavaco num país que votou generosamente no centro-esquerda? Resposta: precisamente, a característica flutuante de um país muito temperamental. Eu acho isso uma qualidade; ela poupou-nos vários disparates, independentemente de os sociólogos explicarem a teoria do centro eleitoral.

O mistério.

Há um mistério que se adensa: o mistério de Cavaco. Eduardo Prado Coelho escrevia ontem, no Público, uma crónica em que anunciava ou fazia supor a inevitabilidade do sucesso de uma candidatura de Cavaco Silva nas presidenciais. Esta inevitabilidade, ou este grau de inevitabilidade, é também outro dos mistérios da política portuguesa (do género: partimos para a campanha eleitoral convencidos da inevitabilidade da vitória de Sócrates). O que é inevitável é inevitável porque queremos que seja assim?

Beirute, 2.

Carlos Sousa de Almeida e Pedro Matos Soares (do blog A Foz), nos comentários ao texto anterior, sugerem outros links. Também Rui Curado silva, do Klepsidra, trata o assunto.

março 01, 2005

Beirute.

Não tenho visto muitos comentários sobre a situação no Líbano. Mas quando vejo aquelas imagens sei que se trata de uma mudança radical no Médio Oriente.

Revista da Imprensa. Beirute.

«Electricity is in the air. Beirut is a sea of excitement, and activity and turmoil. The word "revolution" is on many lips.» Daily Star/Beirut

Revista de blogs. Um negão.

«Os portugas jovens que agora começam a aparecer (o Brasil está na moda mesmo) são amassados, assediados, queridos pelo mulherio cansado de tanto músculo desorientado, tanto peito raspado, tanta meninice pitbulizada... Parece que não amadurecem nunca e os que amadurecem ou pintam o cabelo, ou se escondem atrás dos rolexes dourados e dos sapatos cor de cócó diarreia. Honrosas excepções. Todos meus amigos. E um bom negão. Um bom negão não tem as mariquices dos restantes, concedo.» No SushiLeblon.

Revista de blogs. Playboy.

«O catolicismo das portuguesas leva-as a recusar a hipótese de se despirem para uma revista. O catolicismo das brasileiras leva-as a pousar nuas para a Playboy com um crucifixo ao peito.» No Voz do Deserto.

Revista de Blogs. A vida toda.

«Depois do amor já não voltamos a ser livres. Ficamo-nos pela solidão.» No Classe Média.

O discurso do Estado. Primeira lição.

O presidente Lula, discursando no Espírito Santo, mencionou «um alto companheiro, de uma função muito importante» do seu governo que o teria alertado «sobre a ocorrência de corrupção em privatizações feitas no governo de Fernando Henrique Cardoso». Se puderem, vão à edição de sábado de há três semanas, do Estado de São Paulo, onde Marcelo Rubens Paiva escreve uma carta de Lula «ao companheiro deus».

PS - Essa crónica de Rubens Paiva é muito boa. A terminar, Lula pede ao «companheiro deus» que interceda por Tevez, o novo atacante do Corinthians, apesar de ele ser argentino. Mas há a suspeita de que o «companheiro deus» possa ser do Palmeiras.

Serviço público no Brasil.

O meu correspondente em São Paulo, Gonçalo Soares, lembra que «a rede Bandeirantes faz serviço público de televisão» para portugueses. Para além de generosos resumos semanais do campeonato português no canal aberto (às segundas-feiras na Bandsports, disponível para quem tem DirecTV, a mesma que retransmite a RTP) costuma transmitir em diferido jogos integrais, normalmente com um dos «grandes». Ontem, por exemplo, a Band transmitiu em directo o Porto-Benfica. É evidente que há o risco de ouvir os comentários de Sílvio Luiz, «o mais burro dos comentadores em actividade no hemisfério Sul». Mas enfim, é serviço público.

O cantinho do hooligan.

Sim senhor. Estavam à espera, não era?

O Luís Carmelo pode, pois, descansar: o seu Benfica não perdeu.

Revista de blogs. Estaturas.

«Neste momento só há uma ideia que me atormenta: António Vitorino, a eminência parda do PS e do futuro governo; Marques Mendes, provável dirigente dos social-democratas. Valha-nos Deus! A altura destes homens.» João Pedro George, no Esplanar.

Um novo alfarrabista.



Na estação do Cais do Sodré, naquela banca de livros do passeio defronte, encontrei alguns exemplares soltos de Rex Stout. Stout é um autor mal traduzido para português (com excepção notável dos que passaram pela mão de Fernanda Pinto Rodrigues, uma senhora que merecia distinção & louvor pelo seu longo e silencioso trabalho de tradução, de várias décadas) e muito apreciado pelas idiossincrasias dos seus personagens. Comprei os que me faltavam, os que perdi em mudanças & outras perdas e até uns que estavam em melhor estado do que os meus. No dia seguinte, ao sair do comboio, o alfarrabista veio ter comigo: «Olhe, como o senhor andava atrás dos livros do Stout, fui à procura e encontrei-lhe mais alguns.» Aí está um serviço que muitas livrarias não têm e não querem.

A indústria do comentário.

A ler o texto de José Pacheco Pereira sobre o assunto.

Um retrato cruel.

O texto de Fátima Bonifácio no Público de ontem.

Fusões.

O Insurgente abriu as portas. O Intermitente, do Miguel Noronha, fechou-as. O Insurgente é um blog onde também escrevem André A. Amaral, do Causa Liberal, Superflumina, O Observador, Picuinhices e o regressado Valete Fratres. Ao pé disto, a forma como se vai dividir ou fragmentar a Lusomundo é uma brincadeira. Longa vida para o novo blog.

Aniversário. Março é um bom mês.



O Blasfémias festeja hoje o seu primeiro aniversário. A eles todos, parabéns -- e as saudações para um blog que se tornou mais do que uma leitura diária.

Correspondência do exterior.

«His model for Portugal was "Nordic democracy" -- a society combining efficient capitalist enterprise with generous social services. [...] The disconnect between Socrates' vision and Portugal's reality is a symptom of the severe weakness of the country's economy that places strict limits upon the ability of any government -- whether left or right -- to generate renewal.» Portugal's New Political Cycle: The Root Problems Persist

Lúcia.

Os americanos descobrem uma nova heroína: «10-year-old girl named Lucia dos Santos.» Estamos feitos.